quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Quando as forças se estiverem a ir... Lembra-te porque aqui estás, Joana !

Graças à minha capacidade espetacular de "deixar as coisas correrem com calma" acabei por ficar com 3 cadeiras do ano passado para trás... [ÉS MESMO ESPERTA, JOANA! -.- ]

Então hoje encontrei aqui um texto que escrevi à uns aninhos que se tratava do "porquê" de termos seguido a àrea que escolhemos. Vou colocar aqui algumas partes mais importantes para, quando me faltarem (DE NOVO) as forças... eu (re)lembrar de qual é o meu objectivo!

“A nossa geração não sabe o que é a vocação!”, é o que muita gente diz por aí. Mas o que é “ter vocação”?

Ainda antes de nascer, eu já estava num Jardim de Infância. A minha mãe conta que quando estava na rua com as crianças elas se punham em volta da sua enorme barriga a falar para mim. Eu nasci. Não tinha irmãos. Desde pequena que sempre me ouvi dizer que queria um irmão! Eu ia crescendo naquele mesmo Jardim de Infância que me viu nascer (não...também não exageremos! Eu nasci no hospital!) ao mesmo tempo que a minha vontade de ter um irmão ia ganhando cada vez mais peso em mim.

Como não tinha com quem partilhar as brincadeiras em casa, os meus bonecos eram os meus irmãos! Os bonecos eram sem dúvida os meus brinquedos de eleição! Eu tinha tanto amor por eles que cheguei ao cúmulo de “brincar aos orfanatos” em que eu cuidava deles como se de meus filhos adoptivos se tratassem... Sim, com seis anos eu brincava às mães adoptivas (coisa que eu não acho normal numa criança)! Os anos iam passando e a minha vontade de ter um irmão não desaparecia nem por nada. Cheguei aos meus 10 anos de vida com a notícia de que (finalmente!) ia ter uma irmã! Não cabia em mim tanta felicidade!

[...]A ausência de toda aquela barafunda quotidiana [do J.I. e A.T.L.] fez-se sentir em mim... senti saudades do meu “mundinho”... sim, posso dizer que é “meu” porque é lá que me sinto em casa!

Chegou o 9ºano... “Joana, não sigas para educadora...”, dizia a minha mãe. Mas era o que eu queria! Ainda assim tentei mudar-me a mim mesma tentando convencer-me de que aquele não era o meu futuro. Foi então que pensei seriamente em seguir para as Artes Visuais. É uma área que também adoro e não teria qualquer problema em arriscar-me nela... Mas faltava algo! Arte é um hobbie! Não é a minha paixão! Os testes psicotécnicos deram que eu tanto dava para Artes como para esta área (aliás, o resultado de Artes foi ligeiramente superior). Resolvi apostar no que o meu coração dizia: Acção Social.
Nesse mesmo Verão comecei a fazer voluntariado no C.S.P.S. Eu já tinha grandes laços com todas aquelas crianças, mas aquele Verão superou todas as minhas espectativas! Lembro-me perfeitamente de um menino com Necessidades Educativas Especiais, no primeiro dia que lá cheguei ele olhou para mim, gritou “Joana!!!”, veio a correr e abraçou-me. Foi aquele o momento em que tive a certeza que estava no caminho certo! Senti algo que nunca tinha sentido! Uma alegria tão grande que não me cabia no coração! Era a minha vocação a falar mais alto que qualquer taxa de desemprego, mais do que qualquer ordenado mal pago!

(...)Posso ser distraída, despreocupada, desorganizada, sonhadora, sempre na lua... mas quando o assunto são “os meus meninos” aí sou capaz de passar por cima de quem se meter no meu caminho! Os miúdos são a minha vida! É isto que quero fazer até ao último dos meus dias!

Afinal o que é a vocação? É tudo isto e muito mais!
Qual é o meu objectivo? Fazer sorrir o maior número de crianças possível!
Porque ter vocação é entregar-se de corpo e alma àquilo que gostamos!

1 comentário:

Lili disse...

E como este é o único caminho possível, vamso lá fazer as cadeiras todas!